Como aproveitar seus aliados para passar em concursos públicos?

Erro muito comum ocorre quando pensamos que a jornada de estudos para concursos públicos é solitária. Salvo se você for um ermitão, entre o início dos estudos até a efetiva aprovação você conhecerá diversas pessoas, terá contato eventual com algumas e convivência constante com outras.

Durante essa jornada, você poderá encontrar pessoas que o ajudarão nessa missão, bem como também encontrará outras que simbolizam verdadeiros obstáculos em seu caminho.

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Aliados ou inimigos, eis a questão. Você precisará ser capaz de identifica-los. Melhor: você poderá até mesmo desenvolver a capacidade de transformar um inimigo em aliado, conforme as dicas a seguir.

Nas próximas linhas, apresentaremos diversos aliados e dicas de como você poderá tirar proveito de cada um (sem trapaças ou egoísmo).

Você mesmo!

Você deve ser o seu maior aliado! Parece clichê mas ao analisarmos diversos casos diariamente percebemos que muitos estudantes acabam se tornando o maior inimigo dos próprios sonhos.

Se conhecer deve ser o seu primeiro passo. Você precisa ter a sensibilidade de respeitar os próprios limites. Uns costumam estudar com qualidade por mais de 10 horas diárias, enquanto outros rendem em períodos inferiores.

Evite se comparar com terceiros. A auto avaliação é a mais importante para alcançar um diagnóstico preciso sobre suas decisões seguintes.

Nesse sentido, vale citarmos as sábias palavras de Sun Tzu, general chinês, na obra “A Arte da Guerra”, há 2.500 anos:

“Se conhecermos o inimigo e a nós mesmos, não precisaremos temer o resultado de uma centena de combates.

Se nos conhecermos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota.

Se não nos conhecermos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”.

A falta de autocontrole também o transformará em um inimigo, enquanto que a ostentação desse valor o transformará em aliado.

Deus

Aqui não temos a pretensão de convertê-lo à alguma religião. Mas para aqueles que acreditam em Deus, engana-se em acreditar que os estudos estão completamente dissociados do Criador.

Por experiência própria, colocar Deus a frente de todos os seus projetos (especialmente os estudos e seu sonho em ser aprovado) poderá se tornar um poderosíssimo fator de motivação e consolo nas horas mais difíceis.

A vida do concurseiro é recheada de altos e baixos. Nos momentos difíceis, você precisará de consolo, de força, de ânimo, e nada melhor do que contar com Deus nesses momentos.

Se você acredita em Deus, não há razão para desperdiçar a presença d’Ele em sua jornada.

Família

Eis o ponto mais sensível sobre o tema. A família pode representar a sua maior aliada na prática, no dia a dia, ou a sua maior inimiga.

Há casos em que a família consegue prover todos os recursos necessários para os estudos, afastando, inclusive, a necessidade de trabalhar ante a garantia das contas pagas até a aprovação.

Em outros casos, a família poderá exigir trabalho árduo, contas que não dão trégua, com pouco tempo disponível aos estudos.

Em todo o caso, o mais importante é saber identificar as oportunidades, ter sensibilidade e saber até mesmo transformar pontos negativos em aliados.

Se você tem uma família que consegue dar apoio e prover todos os recursos para que continue estudando, aproveite! Não há nenhum demérito nisso, porém, muito cuidado! A tendência (e maior armadilha) será de se acomodar. Diante da ausência de pressão, da ausência de fatores que o pressione a melhorar e ser aprovado, a tendência é de que o estudante acabe se acomodando. Lembre-se: não há provedores eternos. Um dia aquele pai e/ou mãe que te sustentam partirá dessa vida. Se você não estiver pronto para assumir as rédeas de sua vida (e não me refiro à aprovação, mas à independência em se readaptar para a nova realidade que virá), você poderá sofrer um impacto enorme enfrentando enormes dificuldades para se reerguer aos estudos (muitos acabam desistindo).

Ademais, percebemos na prática que o perfil que costuma ser aprovado em concursos público é daquele pai ou mãe de família, com trabalho, filhos, casamento, compromissos familiares, etc., pois esse perfil, além de encarar o estudo com seriedade, costuma aproveitar cada minuto disponível para estudar como se fosse o último (o estudo rende muito mais!).

Logo, se você tem uma família grande, que lhe exige tempo e atenção, saiba aproveitá-los como aliados. Não precisa brigar com ninguém. Aprenda a negociar tempo e, com isso, certamente receberá em troca a compreensão daqueles que o amam.

Se está em um compromisso em família, aproveite e entregue o seu melhor aos entes que o cercam. Assim, será muito mais fácil receber compreensão, apoio e paz nos momentos reclusos aos estudos.

O próximo

Como “próximo”, podemos considerar todas as pessoas com proximidade física (e, atualmente, virtual, porém ativa), como amigos, professores, alunos, familiares, colegas de sala de aula, de grupos de estudos, etc.

É importante destacarmos esse tema sob duas óticas distintas:

a) Próximo como termômetro (feedback): muitas pessoas com quem nos relacionamos acabam nos ajudando com orientações, críticas construtivas, dicas, ajudas, motivações, etc., sendo que outras acabam atrapalhando com críticas destrutivas, palavras de desânimo e pessimistas, etc.

É fundamental que você se afaste (amigavelmente, de preferência) dos próximos que o colocam para baixo, ou que de alguma forma não agregam em nada (“leões andam com leões”). Há uma tendência natural em nos igualarmos com os próximos que nos cercam (um bom exemplo disso são as pessoas que mudam até o sotaque após se mudarem para regiões diversas). Vencedores andam com vencedores.

Procure se cercar de pessoas com os mesmos propósitos que os seus, e de pessoas que entendem os seus caminhos, que o apoiam – uma boa dica é sempre tentar se aproximar de pessoas melhores que você, em posições mais adiantadas nos estudos.

Com isso, surge a necessidade de trabalhar sempre em sua humildade. Não é qualquer um que sabe identificar e receber uma crítica construtiva. Também não é qualquer um que coloca em prática sugestões de terceiros. Aprenda com pessoas próximas de você. Quem acredita que sabe tudo não vai à lugar algum.

Da mesma forma, muito cuidado com elogios. Saiba escutá-los como formas de termômetros, se está no caminho certo, se está alcançando resultados importantes. Evite a tentação da vaidade e do ego inflado (isso poderá te lançar em uma zona de conforto e de falsa segurança).

b) O Próximo como concorrente ou como companheiro: Você é daqueles que ajudam os colegas de estudos ou que os prejudica? É amigo mesmo ou, na prática, inimigo? Vivemos em um mundo competitivo em que muitos acabam confundindo ambição com ganância e, com isso, não são raras as histórias de pessoas que se utilizam dos próximos como degraus para o próprio “sucesso”. Prejudicam terceiros para alcançar benefícios. Perseguem os próprios interesses a todo custo.

No mundo dos estudos, isso pode ser representado por alunos que não emprestam materiais de estudos (ou, quando emprestam, acabam fornecendo dolosamente materiais desatualizados ou incompletos), por alunos que não ajudam os colegas, etc.

É importante que você saiba que há uma lei universal à esse respeito. Para os cristãos, a “lei da semeadura”, para os físicos, a “lei da causa e efeito”, e, mesmo que você não acredito, essa lei é fatal, é tão certa quanto a lei da gravidade (você pode contestar a lei da gravidade, mas se tentar pular de um prédio de 50 andares, certamente a sua contestação será completamente ineficaz).

Com isso, queremos dizer que ajudar ao próximo lhe trará benefícios, tais como:

– Quando você ensina algo à alguém seu cérebro ativa muitos sensores trabalhando aquele conteúdo como algo importante. Com isso, você também aprende e fixa ainda mais aquele conteúdo;

– Criando laços verdadeiros de amizade, você poderá receber ajuda das mesmas pessoas (ou de outras) em momentos de necessidade;

– Cria-se um ambiente agradável para os estudos (e sabemos que fatores emocionais são impostíssimos no dia a dia de estudos);

– Pessoas que ajudam o próximo sempre estão de bem com a vida, sentem-se realizadas mesmo durante a trajetória de perseguição dos próprios sonhos.

Portanto, os benefícios em ajudar ao próximo são certos! Já foi dito que, se o canalha soubesse o valor de ser honesto e bom com o próximo, seria honesto e bom por canalhice, ou seja, por interesse (obviamente, vale ser bom sem interesse pessoal – de uma forma ou de outra isso voltará para você, então vale a pena ter boas motivações).

Conclusão

Analisando todos os que o cercam de forma lúcida e racional (especialmente você mesmo), você será capaz de escolher se prefere percorrer todo o caminho rumo ao seu sonho de forma prazerosa, com muitos aliados, ou encarando um verdadeiro campo de batalha que, na prática, costuma provocar a desistência de muitos.

A escolha é sua! Escolha com sabedoria!

“Nós não podemos nos dividir ou agir contra nós mesmos”.

William Douglas

Professor Diego Pureza