A disciplina de Administração Pública está presente em praticamente todos os concursos públicos, especialmente naqueles voltados à área administrativa, de controle, fiscal, segurança pública e jurídica.
Entender o que é Administração Pública, como ela está organizada, quais princípios a regem e quais são os poderes e limitações dos agentes estatais é essencial para o candidato que deseja se destacar em provas teóricas e discursivas.
Neste artigo, você terá acesso a uma explicação completa, clara e aprofundada sobre o conteúdo de Administração Pública, com tudo o que precisa saber para se preparar com segurança e confiança para os concursos dos seus sonhos.
Índice
O que é Administração Pública?
Administração Pública é o conjunto de órgãos, agentes e entidades do Estado que exercem, de forma direta ou indireta, atividades administrativas voltadas à consecução do interesse público. Ela é responsável por executar políticas públicas, prestar serviços essenciais à população, regular atividades econômicas e garantir o funcionamento do Estado.
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LIBERAR ACESSO!Essa atuação pode ser compreendida em dois sentidos:
- Sentido amplo: inclui as atividades administrativas exercidas pelos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), sempre que atuem de forma administrativa (ex: contratação de pessoal).
- Sentido estrito: refere-se apenas ao conjunto de órgãos e entidades do Poder Executivo que exercem funções administrativas de maneira direta.

Estrutura da Administração: Direta e Indireta
A Administração Pública brasileira é dividida em dois grandes blocos: Administração Direta e Indireta.
A Administração Direta é composta pelos próprios entes políticos — União, Estados, Distrito Federal e Municípios — e seus órgãos internos, como ministérios, secretarias e departamentos. Esses órgãos são parte do ente estatal e não possuem personalidade jurídica própria.
Já a Administração Indireta é formada por entidades que, embora vinculadas à Administração Direta, possuem personalidade jurídica própria, autonomia administrativa e patrimônio distinto. São criadas por lei específica para desempenhar funções especializadas. As principais entidades da Administração Indireta são:
- Autarquias: entidades de direito público, como o INSS, o IBAMA e a ANVISA.
- Fundações Públicas: voltadas a atividades sociais como saúde e educação, como a Fiocruz.
- Empresas Públicas: capital 100% público, como os Correios.
- Sociedades de Economia Mista: capital público e privado, como o Banco do Brasil e a Petrobras.
Essas entidades descentralizam as atividades do Estado e conferem maior flexibilidade e especialização à Administração.
Princípios da Administração Pública
A Constituição Federal, em seu artigo 37, estabelece os chamados princípios explícitos da Administração Pública, que devem orientar toda a atuação estatal. São eles:
- Legalidade: o agente público só pode fazer o que a lei permite.
- Impessoalidade: vedação de promoção pessoal; os atos pertencem à Administração, e não ao agente.
- Moralidade: exige conduta ética, boa-fé e honestidade na gestão pública.
- Publicidade: os atos devem ser divulgados para garantir transparência e controle social.
- Eficiência: busca por resultados com uso racional dos recursos públicos.
Além desses, existem princípios implícitos e infraconstitucionais, como:
- Proporcionalidade e razoabilidade
- Motivação
- Finalidade
- Supremacia do interesse público
- Indisponibilidade do interesse público
Esses princípios formam o alicerce jurídico e ético da Administração Pública e são frequentemente cobrados em provas com questões de interpretação prática.
Poderes da Administração
Os chamados poderes administrativos não representam privilégios, mas instrumentos para garantir o cumprimento da função pública.
- Poder vinculado: não há margem de escolha; o agente apenas cumpre os requisitos legais.
- Exemplo: nomear aprovado em concurso público.
- Poder discricionário: o agente decide com base na conveniência e oportunidade, dentro dos limites legais.
- Exemplo: concessão de licença para capacitação.
- Poder hierárquico: organização interna que permite delegar competências, fiscalizar e ordenar a atuação dos subordinados.
- Poder disciplinar: aplicação de sanções a servidores públicos e particulares que possuam vínculo com a Administração.
- Poder de polícia: atuação coercitiva do Estado para limitar direitos individuais em nome do interesse coletivo.
- Exemplo: fiscalização de alvará sanitário.
Atos Administrativos
Os atos administrativos são instrumentos formais pelos quais a Administração manifesta sua vontade e impõe efeitos jurídicos.
Características dos atos administrativos:
- Presunção de legitimidade
- Autoexecutoriedade (em certos casos)
- Imperatividade
- Tipicidade
Para que o ato seja válido, ele deve conter:
- Competência
- Finalidade
- Forma
- Motivo
- Objeto
A ausência ou irregularidade em qualquer desses elementos pode causar a nulidade do ato, sendo um tema recorrente em questões de concursos.
Agentes Públicos e Regimes Jurídicos
Os agentes públicos são todas as pessoas físicas que exercem alguma função estatal, seja de forma permanente ou transitória, com ou sem remuneração. Classificam-se em:
- Agentes políticos: ocupam os cargos mais elevados, como presidentes, governadores, prefeitos, ministros e secretários.
- Servidores públicos: ingressam por concurso e ocupam cargos efetivos ou comissionados.
- Empregados públicos: contratados pelas regras da CLT, atuam geralmente em empresas estatais.
- Agentes temporários: contratados por tempo determinado, em razão de necessidade excepcional.
Principais regimes jurídicos:
- Estatutário: regido por estatutos próprios, como a Lei 8.112/90 no âmbito federal.
- Celetista: regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
- Regime misto: algumas carreiras ou instituições adotam parte de cada regime.
Responsabilidade Civil do Estado
O Estado responde objetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, no exercício de suas funções. É a chamada responsabilidade objetiva, adotada no Brasil pela teoria do risco administrativo.
Requisitos para que haja indenização:
- Dano
- Conduta do agente público
- Nexo de causalidade
O Estado poderá entrar com ação de regresso contra o agente causador do dano, caso fique comprovado que ele agiu com dolo ou culpa.
Controle da Administração Pública
O controle da Administração Pública é essencial para evitar abusos e garantir o cumprimento das finalidades públicas. Existem quatro formas principais de controle:
- Interno: realizado dentro da própria Administração.
- Externo: exercido pelo Poder Legislativo com auxílio dos Tribunais de Contas.
- Judicial: realizado pelo Judiciário mediante provocação.
- Social: feito pela sociedade, por meio de conselhos, portais da transparência e participação cidadã.
Intervenção do Estado na Propriedade Privada
O Estado pode interferir na propriedade particular para atender ao interesse coletivo, de forma legítima e fundamentada. As principais formas são:
- Desapropriação
- Servidão administrativa
- Ocupação temporária
- Limitação administrativa
- Requisição
Cada modalidade possui requisitos específicos e deve respeitar os princípios da legalidade, proporcionalidade e justa indenização, quando for o caso.
Como Estudar Administração Pública para Concursos
Estudar Administração Pública de forma eficiente exige mais do que apenas ler a teoria: é preciso desenvolver uma estratégia que combine compreensão, revisão e prática constante, respeitando o perfil da banca e a estrutura do edital.
Em primeiro lugar, comece pelos fundamentos constitucionais, especialmente os artigos 37 a 41 da Constituição Federal. Esses dispositivos formam a base de grande parte do conteúdo cobrado, principalmente no que diz respeito aos princípios, servidores públicos e organização da Administração.
Na sequência, avance para os temas mais cobrados com base na análise de provas anteriores. Organize seus estudos por tópicos: princípios da Administração, estrutura organizacional (direta e indireta), atos administrativos, poderes da Administração, agentes públicos, responsabilidade do Estado, formas de controle e intervenção na propriedade.
Use uma abordagem ativa nos estudos:
- Crie resumos e mapas mentais, destacando os principais conceitos, classificações e exceções;
- Resolva muitas questões comentadas, separadas por banca e por tema — isso ajuda a fixar conteúdos e a entender como as bancas cobram o assunto;
- Monte um caderno de erros, anotando todas as questões que você errou ou teve dúvida. Releia esse caderno periodicamente;
- Faça revisões constantes, usando o método 24h – 7 dias – 30 dias;
- Assista a videoaulas curtas para revisão, preferencialmente após já ter lido o conteúdo, para reforçar pontos específicos;
- Simule provas completas, para treinar o tempo e a resistência mental.
Caso esteja se preparando para bancas específicas (como Cespe/Cebraspe, FGV, FCC, IBFC, Vunesp), analise as provas anteriores com atenção. Cada banca tem um estilo: algumas cobram interpretação e aplicação prática; outras, decoreba e literalidade da lei.
Por fim, tenha em mente que Administração Pública é uma disciplina que exige entendimento dos conceitos e também visão crítica, principalmente em provas discursivas. Ao dominar essa matéria, você não só se destaca nas provas, como também se prepara para exercer, com consciência e responsabilidade, o papel de servidor público.
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