A concordância verbal é um dos pilares da gramática normativa da língua portuguesa, estabelecendo a harmonia entre o verbo e o sujeito da oração em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª). Dominar suas regras é essencial para a construção de frases corretas e coerentes, especialmente em contextos formais e acadêmicos.
Se você está estudando para concursos públicos, especialmente os que cobram Língua Portuguesa com rigor, dominar a concordância verbal é fundamental. Essa é uma das áreas que mais geram dúvidas — e que mais caem nas provas!
Neste artigo, você vai entender de forma clara o que é concordância verbal, quais são os seus principais tipos, as regras gerais e os casos especiais mais cobrados nas bancas. Tudo com exemplos práticos para facilitar sua memorização.
Índice
O que é Concordância Verbal?
A concordância verbal refere-se à adequação do verbo ao sujeito da oração, ajustando-se em número e pessoa. Isso significa que o verbo deve refletir as características do sujeito para que a comunicação seja clara e precisa.
Nessa aula inédita vamos te mostrar o Passo a Passo para chegar à aprovação estudando entre 1h e 3h por dia. Ideal para quem tem pouco tempo e precisa conciliar trabalho e estudos. (AULA AO VIVO e SEM REPLAY)
LIBERAR ACESSO!
Regras Gerais de Concordância Verbal
1. Sujeito Simples
Quando a oração possui um sujeito com um único núcleo, o verbo concorda com ele em número e pessoa.
Exemplos:
- A criança brinca no parque.
- Sujeito singular (“a criança”) → verbo singular (“brinca”).
- Sujeito singular (“a criança”) → verbo singular (“brinca”).
- As crianças brincam no parque.
- Sujeito plural (“as crianças”) → verbo plural (“brincam”).
- Sujeito plural (“as crianças”) → verbo plural (“brincam”).
2. Sujeito Composto
Se o sujeito possui dois ou mais núcleos, o verbo geralmente vai para o plural.
Exemplos:
- O professor e o aluno discutiram a matéria.
- Sujeito composto anteposto ao verbo → verbo no plural (“discutiram”).
- Sujeito composto anteposto ao verbo → verbo no plural (“discutiram”).
- Discutiram a matéria o professor e o aluno.
- Sujeito composto posposto ao verbo → verbo no plural (“discutiram”).
- Sujeito composto posposto ao verbo → verbo no plural (“discutiram”).
Observação
Quando os núcleos do sujeito composto são sinônimos ou formam uma gradação, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo ou ir para o plural.
Exemplos:
- A paz e a tranquilidade reinava/reinavam no ambiente.
- Ambas as concordâncias são aceitáveis.
- Ambas as concordâncias são aceitáveis.
3. Sujeito Composto por Pessoas Diferentes
Quando o sujeito é composto por pronomes de diferentes pessoas gramaticais, a prioridade na concordância é: 1ª pessoa sobrepõe 2ª e 3ª; 2ª sobrepõe 3ª.
Exemplos:
- Eu (1ª pessoa) e tu (2ª pessoa) viajaremos amanhã.
- Verbo na 1ª pessoa do plural (“viajaremos”).
- Verbo na 1ª pessoa do plural (“viajaremos”).
- Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) viajareis/viajarão amanhã.
- Pode-se usar a 2ª pessoa do plural (“viajareis”) ou a 3ª pessoa do plural (“viajarão”).
- Pode-se usar a 2ª pessoa do plural (“viajareis”) ou a 3ª pessoa do plural (“viajarão”).
Casos Especiais de Concordância Verbal
1. Sujeito Coletivo
Quando o sujeito é um substantivo coletivo, o verbo fica no singular.
Exemplos:
- A multidão aplaudiu o espetáculo.
- Sujeito coletivo (“a multidão”) → verbo no singular (“aplaudiu”).
- Sujeito coletivo (“a multidão”) → verbo no singular (“aplaudiu”).
Se o coletivo vier acompanhado de especificador no plural, o verbo pode ir para o plural.
Exemplo:
- A multidão de torcedores aplaudiu/aplaudiram o espetáculo.
- Ambas as formas são aceitáveis.
- Ambas as formas são aceitáveis.
2. Expressões Partitivas
Com expressões como “a maioria de”, “grande parte de”, “boa parte de”, seguidas de substantivo no plural, o verbo pode ficar no singular ou plural.
Exemplos:
- A maioria dos alunos concordou/concordaram com a decisão.
- Ambas as formas são corretas.
- Ambas as formas são corretas.
3. Expressões com “Mais de”, “Menos de”, “Cerca de”
Nessas expressões, o verbo concorda com o numeral que as acompanha.
Exemplos:
- Mais de um aluno faltou à aula.
- Verbo no singular.
- Verbo no singular.
- Mais de dois alunos faltaram à aula.
- Verbo no plural.
- Verbo no plural.
Observação:
Quando “mais de um” indica reciprocidade, o verbo vai para o plural.
Exemplo:
- Mais de um candidato se cumprimentaram cordialmente.
- Verbo no plural devido à ideia de reciprocidade.
- Verbo no plural devido à ideia de reciprocidade.
4. Nomes Próprios no Plural
Se precedidos de artigo, o verbo fica no plural; sem artigo, no singular.
Exemplos:
- Os Estados Unidos influenciam a economia global.
- Com artigo → verbo no plural.
- Com artigo → verbo no plural.
- Estados Unidos influencia a economia global.
- Sem artigo → verbo no singular.
- Sem artigo → verbo no singular.
5. Pronomes Relativos “Que” e “Quem”
Com “que”, o verbo concorda com o antecedente; com “quem”, geralmente fica na 3ª pessoa do singular, mas pode concordar com o antecedente.
Exemplos:
- Fui eu que fiz o trabalho.
- Verbo concorda com “eu”.
- Verbo concorda com “eu”.
- Fui eu quem fez/fiz o trabalho.
- Ambas as formas são aceitáveis.
6. Expressão “Um dos que”
Essa construção causa bastante dúvida. O verbo geralmente concorda com o termo mais próximo ao relativo “que”, ou seja, vai para o plural, pois se refere ao grupo.
Exemplo:
- Ele é um dos alunos que mais se destacam na turma.
✅ Verbo no plural: “que mais se destacam” refere-se a “alunos”.
⚠️ Erro comum: usar o verbo no singular, concordando com “um”, e não com “alunos”.
7. Verbos Impessoais
São verbos que não possuem sujeito e, por isso, ficam sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos mais comuns:
- Verbo “haver” no sentido de existir ou de tempo decorrido:
- Há muitos problemas a resolver. (existem)
- Havia dois alunos na sala. (existiam)
- Há anos não o vejo. (faz anos)
- Verbo “fazer” no sentido de tempo decorrido:
- Faz cinco anos que não nos vemos.
- Faz cinco anos que não nos vemos.
- Fenômenos da natureza:
- Choveu muito ontem.
- Faz frio no inverno.
🟨 Mesmo com complementos no plural, o verbo permanece no singular.
8. Sujeito Oracional
Quando o sujeito da oração é outra oração (sujeito oracional), o verbo fica no singular, pois está se referindo a uma ação inteira, e não a um substantivo plural.
Exemplo:
- Viajar cedo faz bem à saúde.
- Que eles chegaram atrasados me surpreendeu.
Tabela de resumo sobre concordância verbal
Tipo de Sujeito ou Construção | Regra Principal | Exemplo |
---|---|---|
Sujeito simples | Verbo concorda com o núcleo | A menina corre. |
Sujeito composto | Verbo no plural | Ana e Pedro viajaram. |
Sujeito composto por pessoas | 1ª > 2ª > 3ª pessoa | Eu e ele faremos o trabalho. |
Coletivos | Verbo no singular (ou plural com especificador) | A turma chegou. / A turma de alunos chegaram. |
Partitivos (“maioria de”, etc.) | Verbo pode concordar com o núcleo ou com o termo no plural | A maioria dos alunos chegou / chegaram. |
Mais de um | Verbo geralmente no singular | Mais de um aluno passou. |
Sujeito com “ou” | Singular (exclusão) ou plural (adição) | João ou Pedro chegará / chegarão. |
Expressões com “quem” e “que” | “Que” → concorda com o antecedente; “quem” → verbo geralmente no singular | Fui eu que fiz. / Fui eu quem fez. |
Verbos impessoais | Sempre na 3ª pessoa do singular | Há muitos casos. / Faz três anos. / Choveu muito. |
Sujeito oracional | Verbo no singular | Viajar cedo ajuda a descansar. |
Nomes próprios no plural | Com artigo → plural; sem artigo → singular | Os Estados Unidos lançaram… / Estados Unidos lança… |
Um dos que | Verbo concorda com o plural (o termo após o “que”) | Ele é um dos que mais trabalham. |
Como estudar concordância verbal para concursos: guia estratégico
Estudar concordância verbal com eficiência exige mais do que decorar regras: é preciso entender a lógica por trás das construções, reconhecer padrões e treinar com questões de banca. Aqui vai um passo a passo eficaz para dominar esse conteúdo e garantir pontos na prova:
1. Domine as Regras Básicas Primeiro
Comece estudando:
- Sujeito simples
- Sujeito composto
- Verbos impessoais
- Ordem pessoa gramatical: 1ª > 2ª > 3ª
Use exemplos simples e vá aumentando a complexidade gradualmente.
2. Aprofunde nos Casos Especiais
Depois de entender o básico, mergulhe nas exceções e estruturas que confundem:
- “Mais de um”, “a maioria de”
- Sujeito oracional
- “Um dos que”
- Expressões partitivas
- Pronomes relativos (“que”, “quem”)
- Verbos meteorológicos e impessoais
Faça resumos comparativos e construa frases próprias para fixar.
3. Use Fontes Confiáveis e Atualizadas
Estude com base na gramática normativa tradicional (Cegalla, Bechara, Pasquale) e materiais focados em concursos.
Reforce com:
- PDFs de professores de cursinho
- Videoaulas didáticas
- Postagens/resumos de Instagram ou Telegram confiáveis
4. Resolva Questões por Banca
Cada banca tem um estilo:
- CESPE (CEBRASPE): exige interpretação e lógica gramatical
- FGV: explora exceções e estilo literário
- FCC e VUNESP: cobram norma culta com foco em regras
Resolva questões de provas anteriores e analise o gabarito com atenção.
5. Crie Resumos Visuais e Mapas Mentais
Transforme o conteúdo em:
- Mapas mentais
- Tabelas comparativas
- Fichas de revisão (flashcards)
Isso ativa sua memória visual e facilita a revisão rápida.
Concordância verbal se domina com treino constante e ativo. Ao se deparar com uma construção nova, pergunte-se sempre: “quem é o sujeito?” — isso já elimina metade das armadilhas.
Fiquem ligados na nossa página para as próximas notícias sobre como estudar para concursos!